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Em concreto, e erguido em 110 dias, Sambódromo é nota 10

Informativo Massa Cinzenta – Cimento Itambé - 16 de fevereiro de 2016 1144 Visualizações
Na quarta-feira, 10 de fevereiro, o Sambódromo do Rio de Janeiro assistiu a mais uma apuração das escolas de samba do grupo especial. Sobre a pista de concreto, e das arquibancadas em pré-moldado, desfilaram alegorias, passistas e não faltaram aplausos. Assim como a campeã Mangueira, o sambódromo, mais uma vez, foi nota 10. Construída há 32 anos, a obra idealizada por Oscar Niemeyer resistiu aos críticos, depois de ser executada em 110 dias.
Trata-se de uma saga que uniu a genialidade de Niemeyer, a competência do engenheiro calculista José Carlos Sussekind, além da teimosia do antropólogo Darcy Ribeiro e do ex-governador, e também engenheiro civil, Leonel Brizola. A operação para viabilizar o sambódromo – hoje copiado em várias cidades brasileiras – valeria um enredo de escola de samba. A começar pela Praça da Apoteose, cujo arco os críticos da época diziam que iria cair, mas encontra-se, até hoje, intacto.
Também se invocou com a pista de concreto de 700 metros, e cuja estrutura serviu para a canalização de um canal que passava pela região do sambódromo e era alvo constante de enchentes. A obra também ajudou a readequar o trânsito da cidade do Rio de Janeiro na região. Tudo construído entre o final de outubro de 1983 e o final de fevereiro de 1984. Naquele ano, o desfile das escolas de samba ocorreu dia 4 de março – data considerada como a da inauguração oficial do sambódromo.
Com uma área construída de 85 mil m², dos quais 55 mil m² sustentados por estruturas pré-moldadas in loco, o sambódromo consumiu 17 mil m³ de concreto. Niemeyer o definia como uma “estrutura leve, intencionalmente repleta de vãos, para ser ocupada pelo povo”. O arquiteto só não imaginaria que sua concepção serviria também de estrutura para os jogos olímpicos.
 
Reconstrução em 2012
O sambódromo será palco da largada e da chegada da principal prova olímpica: a maratona. Para abrigar o evento, entre março de 2011 e março de 2012 ele praticamente foi reconstruído. A área dos antigos camarotes veio abaixo e foi erguida uma nova estrutura de arquibancada, ampliando sua capacidade de 60 mil para 72.500 lugares. A reforma permitiu que paralelamente ao sambódromo fosse viabilizado outro projeto de Niemeyer, desta vez “in memorian”: o edifício comercial Eco Sapucaí.
O empreendimento com 80 metros de altura, e fachada em vidro, não recebeu esse nome em vão. Sua construção, onde antes existia a antiga fábrica da Brahma, melhorou sensivelmente a acústica do sambódromo. Com 19 andares e 3 subsolos, o edifício consumiu 75 mil m³ de concreto. Sua construção chegou a fazer parte do projeto original da passarela do samba, em 1983, mas a falta de tempo impediu a construção. Niemeyer imaginava que o paredão envidraçado funcionaria como um “amplificador” do som gerado pelas escolas de samba.
Sem tempo para viabilizar o prédio, o governador focou os esforços no sambódromo. Em sua biografia, Brizola descreveu o que foi executar a edificação. “Se quando estava no exílio algum camarada me dissesse que eu iria ser governador do Rio de Janeiro, eu já despachava o índio como sonhador. Mas se me dissessem que eu ia ser governador do Rio de Janeiro e minha primeira grande obra ia ser uma passarela de carnaval, chamava alguém de lado e dizia: interna, porque este índio é muito louco…”
 
Entrevistado
Empresa Olímpica da Prefeitura do Rio de Janeiro (via assessoria de imprensa), com informações do livro “O desfile e a cidade: o carnaval-espetáculo carioca”
Contato:
contatoeom@empresaolimpica.rio.rj.gov.br
Crédito foto: Cortesia/Cidade Olímpica
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330