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Japão planeja a construção do maior edifício de madeira do mundo

Revista Galileu - 09 de março de 2018 1176 Visualizações
Japão planeja a construção do maior edifício de madeira do mundo
Maior prédio de madeira do mundo deve ficar pronto somente em 2042. (foto: Sumitomo Forestry Co)
A empresa japonesa Sumitomo Forestry Co foi fundada no já longínquo ano de 1691. Tanto tempo de atividade garantiu que a empresa se planejasse com muita antecedência. Já prevendo seu 350º aniversário, a ser comemorado em 2041, anunciou a construção de um novo edifício, com 350 metros de altura e 70 andares. Mas ó tem um detalhe: ele será quase todo construído em madeira.
O uso de madeira em construções japonesas não chega a ser uma novidade. Desde 2010 uma lei determina que todo novo prédio público com até três andares precisa ser construído com o material. Mas nada, porém, chega perto da grandiosidade do projeto batizado de W350.
O edifício se tornará o maior construído em madeira do mundo com certa folga. Até o momento, o título está com uma residência estudantil concluída no final de 2017 em Vancouver, no Canadá, com 50 metros de altura — 200 metros a menos que o arranha-céu japonês.
Segundo o projeto, serão 455 mil metros quadrados de área construída, demandando um total de 185 mil metros cúbicos de madeira. Apenas 10% do prédio será de aço. Colunas, vigas e braçadeiras serão compostos de um híbrido dos dois materiais, com capacidade de suportar os abalos sísmicos comuns na capital japonesa.
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Interior do prédio, que terá apenas 10% de aço em sua estrutura. (Foto: Sumitomo Forestry Co)
Antes de ficar pronto, porém, o recorde de prédio de madeira mais alto do mundo deve mudar de mãos algumas vezes. Um prédio residencial de 34 andares deverá ficar pronto até 2023. Outro projeto, em Chicago, nos EUA, prevê a construção de um edifício com 244 metros de altura.
Construir um prédio todo de madeira não é simplesmente uma extravagância. Os números mostram as vantagens do material para o meio ambiente. De acordo com dados da associação canadense de produtos manufaturados de madeira, aço e concreto requerem 26% e 57%, respectivamente, mais energia em construções que a madeira; emitem de 34% e 81% mais gases do efeito estufa; liberam de 24% e 47% mais poluentes no ar, poluem 400% e 350% mais água; produzem 8% e 23% mais resíduos sólidos, e usam 11% e 81% mais recursos.
Além disso, toda árvore, no processo de fotossíntese, armazena carbono em seus tecidos. Quando a árvore morre e a madeira se decompõe, o carbono retorna à atmosfera. Em construções com madeira, porém, o carbono ficará ali preso por um longo tempo, pelo menos enquanto o edifício estiver de pé.
Para efeito de comparação, um estudo de 2010 mostra que uma casa de madeira típica da América do Norte é capaz de aprisionar cerca de 28 toneladas de dióxido de carbono, que seria o equivalente a sete anos dirigindo um carro de tamanho médio, ou a queima de 12.500 litros de gasolina.
Só tem um problema nessa história toda. A previsão é que o prédio japonês custe incríveis R$ 18 bilhões. É o dobro do que demandaria um arranha-céu tradicional.  Mas os arquitetos garantem no projeto que o investimento valerá a pena, já que representa o “desenvolvimento urbano que é gentil com seres humanos”. Erguido em madeira e coberto de verde, vai “fazer das cidades florestas”.