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Construção civil faz planos no litoral de SP

A Tribuna - 26 de abril de 2018 1061 Visualizações
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Orla de Santos: empresários acreditam que legislação favorecerá novos investimentos (Foto: Carlos Nogueira/AT)
Com um estoque de 2.500 unidades residenciais à venda e uma eleição presidencial indefinida, a construção civil ainda não conseguiu deslanchar em Santos neste ano. E há ainda um fator que ajuda a represar o setor imobiliário: a nova Lei de Uso e Ocupação do Solo, ainda em discussão, faz com que muitos empresários prefiram adiar seus projetos de edifícios, segundo entidades do setor. 
Em entrevistas, empresários dizem que já adquiriram terrenos ou fazem aquisições neste momento. Paralelamente, os projetos começam a ser traçados e as tendências mais citadas são a continuidade das unidades compactas para atender famílias cada vez menores ou com moradores individuais.
Há ainda a volta do filão de três quartos de médio padrão,um mercado ignorado pelo boom imobiliário do início da década. 

A Secretaria de Infraestrutura e Obras de Santos levantou que no momento há 19 projetos de empreendimentos com mais de dez andares sob análise. 
O número parece até indicar recuperação, pois no ano passado a secretaria concedeu 13 cartas de habite-se para grandes edifícios e apenas seis em 2016. 
Mas é decepcionante, se comparado com outros anos. De 2013 a 2015, o total ficou sempre acima de 20. Deve-se lembrar ainda que esses 19 projetos, se aprovados, podem ser engavetados ou postergados. 
Descolamento
O titular da secretaria, Ângelo José da Costa Filho, acha que a economia está descolada da política. Sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a disputa eleitoral não tem um favorito, mas Costa diz que o próximo governante terá que gerar postos de trabalho, frente aos 13 milhões de desempregados. E a construção é o melhor caminho para isso, pois é o setor que mais gera emprego. 
Porém, os representantes do setor imobiliário concordam que a retomada mais forte depende da nova Lei de Uso e Ocupação do Solo. A expectativa deles é que as mudanças estimulem projetos mais modernos e o setor volte a investir.
“A nova lei incentiva e vai ajudar a melhorar a Cidade e a construção”, afirma o diretor regional do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon), Osmar Luiz Quaggio Gomes.
Já o presidente da Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista (Assecob), Gustavo Zagatto Fernandez, diz que a nova lei será benéfica para o setor, mas que ela ainda não está aprovada. “O empresário pode ficar receoso com o que vai vir”. 
Para ele, a política não interfere tanto. “Os empresários se acostumaram a trabalhar com instabilidade”. No entanto, Fernandez lembra que o mercado sentiu o tranco, mas que o aquecimento pode vir entre o final deste ano e o início de 2019. 
Produção ainda baixa
O diretor regional do Secovi (sindicato das empresas de compra e venda de imóveis), Carlos Meschini, afirma que o estoque ainda é alto e que o mercado santista estará aquecido quando a aprovação de projetos mais do que dobrar, chegando a 30 ou 35. 
Meschini conta o caso de um construtor que comprou terreno no valorizado Embaré. Este terá que apresentar o projeto à Prefeitura, esperar uns dez meses pela aprovação e finalmente decidir se vai lançá-lo. Outro empresário pensa em construir um megaedifício, que depende da mudança da lei. Ideias não faltam, mas antes será preciso convencer o dono do mercado a referendar esses planos: o comprador.
Momento oportuno
Para o diretor regional do Sinduscon, Osmar Luiz Quaggio Gomes, há ventos favoráveis no ***front para reativar a construção. Além da economia que, mesmo vagarosamente, se recupera, a Caixa baixou os juros da habitação, o que estimula a compra. 
Segundo ele, a mudança na Lei de Uso e Ocupação do Solo também ajudará a aquecer o setor. 
A revisão da lei foi preparada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Santos e agora entrará na fase de audiências públicas antes de seguir para a Câmara. 
Segundo uma portaria da Aeronáutica, desde 2015, 80% da área de Santos não podem ter edifícios acima de 15 andares. Para compensar essa limitação, a Prefeitura quer ampliar a taxa de ocupação dos terrenos. Isso deve estimular o adensamento, com prédios mais espaçosos, em substituição às torres altas e afuniladas.