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Construção Civil 4.0: A vez das Construtechs focadas em canteiros de obras

Obra 24 Horas - 16 de agosto de 2018 852 Visualizações
Construção Civil 4.0: A vez das Construtechs focadas em canteiros de obras
Um dos grandes problemas da cadeia produtiva da construção civil, que engloba mais de 20 segmentos, são os baixos índices de produtividade, que acabam não respondendo ao amplo potencial do setor (vide alguns dados trazidos no box final dessa sugestão de pauta). A construção responde por cerca de 10% do PIB mundial e precisa entrar, de vez, na onda da indústria 4.0, com o acréscimo de eficiência, competitividade e produtividade trazidos pela chamada produção inteligente, calcada na digitalização e no uso das ferramentas tecnológicas.
Essa tem sido, justamente, a missão cumprida pelas construtechs, startups focadas em soluções tecnológicas que atacam algumas das principais dores enfrentadas por empresas de diferentes pontos da cadeia produtiva da construção civil. Levantamento do Construtech Ventures dá conta da existência de mais de 300 construtechs no país.
Dentre o conjunto de soluções oferecidos por esse celeiro de empresas inovadoras surgem, por exemplo, softwares de gestão de obras, aplicativos para redução de desperdício, plataformas para cotação de preços de materiais de construção e marketplaces de vendas de imóveis.
Nos Estados Unidos, estima-se que US$ 1 bilhão de dólares já tenham sido investidos em startups voltadas à construção. Por outro lado, ainda se avalia ser necessário um aporte US$ 57 trilhões em infraestrutura global, até 2030, para que o crescimento mundial do PIB seja acompanhado pela construção civil.
Por isso, a aposta é num cenário promissor para as construtechs nos próximos anos. “Em 2018 e 2019, eu tenho certeza que construtech vai ser uma das indústrias que mais vão se destacar”, prevê Bruno Loreto, head da Construtech Ventures, em entrevista concedida ao portal StarSe.
Soluções para o canteiro de obras
As funcionalidades desenvolvidas pelas construtechs demonstram o potencial de atender a todos os estágios e atividades da cadeia, com soluções para as mais diferentes dores. Um contexto em que ganha destaque o desenvolvimento de soluções para a gestão do canteiro de obras, um dos grandes gargalos para que a construção deslanche. O norte é oferecer ferramentas de planejamento e monitoramento que facilitem a complexa rotina operacional das obras, com um conjunto amplo e fragmentado de envolvidos.
Um bom exemplo de ferramenta para canteiros é o aplicativo ConstruCODE. Ele surge como uma inovadora ferramenta de gestão de obras possibilitando organizar projetos e controlar atividades a partir de tablets e smartphones. A plataforma permite que os usuários enviem projetos, agrupando-os pelas áreas que representam (Playground, garagem, pavimento 1 etc).
O sistema gera pequenas etiquetas QR Code para as áreas criadas, as chamadas “etiquetas inteligentes”, que podem ser distribuídas em pontos estratégicos do canteiro e funcionam como atalhos. Elas possibilitam não apenas acessar rapidamente os projetos, do local onde estão fixadas, como enviar dúvidas com fotos para os gestores e controlar tarefas daquele local.
Além disso, os dados gerados são cruzados para identificar em que áreas ocorrem maiores probabilidades de erros construtivos. Desse levantamento, relatórios são representados com gráficos claros, promovendo assertividade e economia (sobretudo de tempo) ao processo de gestão.
As áreas de construção e incorporação imobiliárias, já antenadas na adoção de sistemas especializados na chamada GED, vem percebendo a validade do ConstruCODE como ferramenta que substitui, ou atua de forma complementar aos sistemas já adotados. “Temos demonstrado nossa potencialidade em atender ou auxiliar, de forma mais funcional, o gerenciamento eletrônico de documentos, que é um processo comumente já mapeado dentre os investimentos necessários por quem atua na construção civil”, garante Diego Mendes, CEO da construtech.
Em 2018, já atuando em SP, a empresa se projetou à nível nacional por ter sido selecionada nos 2 maiores programas nacionais de inovação aberta voltados ao setor de construção, Vetor AG (aceleradora de negócios da Construtora Andrade Gutierrez) e OKARA Hub (Hub de inovação das empresas: ENGEFORM, TEMON, Athié Wohnrath e Grupo GPS).
A velocidade de crescimento é proporcional à carência do mercado. Com pouco mais de um ano de fundação a construtech foi campeã do Prêmio Arlindo Fragoso de Tecnologia e Inovação (CREA-BA) e já tem sua solução aplicada em obras de diversos tipos e portes, desde pequenas reformas prediais, obras de edificações, industriais como a Braskem, no setor de Tubulação e Montagem (Camaçari-BA) e até nas grandes obras de infraestrutura da Andrade Gutierrez como a obra da usina termelétrica Novo Tempo (Campos dos Goytacazes – RJ).
Outros bons cases
Gero Obras: aplicativo de planejamento e gerenciamento de obras. A ideia foi desenvolver um engenheiro digital que permite o acompanhamento das diferentes etapas, garantindo que os prazos e custos previstos se realizem.
Controller: A Controller é uma plataforma que simplifica e torna acessível o monitoramento e controle de obras. Num ambiente colaborativo, integrado e intuitivo, os usuários registram, via mobile, informações de apoio aos processos decisórios. Outro diferencial são os dashboards interativos e relatórios analíticos,disponíveis via WEB.
O potencial e a inoperacionalidade da construção civil
Uma equação que as construtechs prometem calibrar4
O segmento da construção civil representa 6% em se considerado o Produto Interno Brasileiro e sobe para 10% se mapearmos o PIB mundial.
De acordo com dados divulgados pela McKinsey & Company, player e líder mundial na área de consultoria empresarial, a construção civil emprega 7% da população mundial em idade produtiva;
A construção atinge uma representatividade de 34% da indústria nacional, chegando a colaborar com um percentual de 24% para a geração de vagas de emprego;
A edição de maio de 2018 da Sondagem da Indústria da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria, aponta significativa retração do segmento, em se considerando nível de atividade, número de empregados, intenção de investimento e confiança do empresário.
A McKinsey & Company levantou que:
– O crescimento da produtividade da mão de obra na construção civil ficou em 1% ao ano, em média, nas duas últimas décadas,
– Por outro lado, a média desse crescimento na economia como um todo chega a atingir 2,8% e é ainda maior, ficando em 3,6%, se considerado o recorte industrial;
– Se a construção civil acompanhasse o nível de produtividade economia total, ganharia US$ 1,6 trilhão em valor agregado, aumentando em 2% a economia mundial.
Imagem: reprodução
Autor: It Forum 365