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Panorama da Demanda de Aço para a América Latina

Texto de Cristiane Mancini, publicado no InfoMoney - 11 de setembro de 2013 2468 Visualizações
Panorama da Demanda de Aço para a América Latina
 
1. A importância do estudo do setor siderúrgico
Devemos analisar o setor siderúrgico, pois é um importante Indicador econômico, em que possui uma estreita relação com o Produto interno Bruto (PIB) de um país ou região.
Através da análise deste setor, conseguimos observar o desenrolar de obras de Infraestrutura, projetos, Políticas públicas e realização ou postergação de investimentos neste setor e nos demais, já que a siderurgia fornece produtos para outros segmentos.
Permite-nos igualmente verificar o desenvolvimento e crescimento de uma região ou país.
Desta forma, dada a importância mencionada é um setor estratégico na economia.
2. A representatividade dos países da América Latina no setor
Como abordarei o setor na América Latina, gostaria de trazer a representatividade dos países latino americanos na produção de aço bruto na região.
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O Brasil é o país de maior representatividade na produção de aço bruto na América Latina, por conta de seu extenso parque industrial e abundância em recursos naturais. Em seguida, o México com 27% e a Argentina com 8%.
Observa-se também que apesar de alguns países se destacarem na extração de alguns minérios como o Chile (Cobre) possuem baixa representatividade no que se trata da produção de aço bruto regional.
 
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Através da tabela apresentada é possível ver que apesar da forte correlação entre a produção de aço bruto e o produto interno bruto de um país, nos anos 2010, 2011 e 2012 esta relação não se faz presente por conta da crise econômica mundial que abrange outros aspectos e que o setor industrial passa a perder o seu peso em detrimento ao setor de serviços.
3. Cenário atual do setor siderúrgico e da economia da América Latina
A indústria siderúrgica tem uma grande importância na América Latina, sendo um dos setores industriais mais dinâmicos da região, pois tem potencial exportador e consequentemente de grande peso na balança comercial dos países da região;
Nos últimos anos este setor vem passando por grandes alterações, desde o início do processo de privatização que atingiu todo o setor siderúrgico da região;
Com a privatização iniciou-se um processo de reestruturação da indústria, seguido de associações e acordos comerciais entre as siderúrgicas da região, visando torná-las mais competitivas no mercado internacional;
Foram realizados investimentos em modernização e ações visando a redução de custos de produção;
Os programas de modernização tecnológica das empresas da América Latina vem contribuindo para o aumento da eficiência econômica desta indústria, que assim, mantêm-se competitiva com qualidade em seus produtos;
Em termos de consumo per capita, os países da América Latina ainda apresentamvalores muito baixos se comparados aos índices dos países desenvolvidos;
Apesar dos potencial exportador, as empresas latino-americanas têm como objetivo principal o atendimento dos mercados internos, exportando seus excedentes para manter suas plantas operando em níveis satisfatórios;
Os produtos exportados pela região são em sua maioria de baixo valor agregado;
Alta do dólar e o excesso de capacidade ociosa e a crescente importação de aço chinês por países latino-americanos. O excesso de produção mundial tem levado a região a importar mais produtos siderúrgicos, principalmente da China, e em muitos casos subsidiados. As siderúrgicas latino americanas estão operando a apenas 75% de sua capacidade e não têm onde alojar seus excedentes. Ademais, apesar do potencial da região, como se trata de um produto que sofre influências internacionais, a alta do Dólar tem sido um desafio para o setor;
O consumo aparente de aços acabados na América Latina e no Caribe alcançou em janeiro de 2013 um volume de 5,1 milhões de toneladas, 1,0% superior ao mesmo período de 2012.
Brasil
Por ser o Brasil o país de maior representatividade (52%) na produção de aço bruto na América Latina e por sua atual repercussão na economia internacional, é importante analisar seu cenário econômico e seus impactos nas economias desta região. Desta forma, conseguiremos melhor refletir sobre a siderurgia latina.
 
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4. Panorama da economia brasileira e do setor siderúrgico nacional
A indústria do aço tem verticalizado cada vez mais sua produção;
Houve uma grande transferência de margem da siderurgia para o setor de mineração, o que levou as siderúrgica a priorizar os investimentos na verticalização, produção própria de minério de ferro, em detrimento dos investimentos em aumento de capacidade, pois apresentava maior atratividade em termos de renda e oportunidades de negócios;
A maior ameaça às siderúrgicas nacionais está na crescente importação indireta - aço contido em máquinas e equipamentos, veículos e autopeças importados;
Alta do dólar (a valorização do dólar no segundo trimestre de 2013 incentivou produtores de aços planos e longos no Brasil a reajustarem seus preços entre o final de junho e início de agosto. O Dólar mais valorizado torna as margens de exportação mais competitivos, o que pode levar a aumentos da capacidade instalada);
Esgotamento do incentivo ao consumo no Brasil;
Dada a instabilidade no cenário econômico internacional, a indústria passa a fazer cortes em seu quadro de funcionários;
Redução nas tarifas de energia industriais;
Clima Econômico no Brasil em julho é 3º mais baixo entre países da América Latina, o que não permite otimismo por parte dos investidores estrangeiros;
Confiança da indústria brasileira cai ao menor nível desde julho de 2009;
Atividade econômica brasileira recua 0,5% em maio;
Os dados econômicos da Europa, dos Estados Unidos e China, que sinalizam umamudança positiva em relação às incertezas recentes frente a esses países, fazem com que as ações de empresas exportadoras (como as brasileiras) registrem altas expressivas.
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Nesta parte tentei trazer à luz de vocês leitores, a situação atual da siderurgia latino americana, na próxima sessão trarei as perspectivas e os estímulos ao setor, enquanto isso, deixo uma reflexão econômica:
“o preço real de qualquer coisa… é o esforço e o trabalho de adquiri-la o que é influenciado pela sua escassez”... “valor agregado é o valor adicional que adquirem os bens e serviços ao serem transformados durante o processo produtivo” (Adam Smith)... que haja esforço, trabalho e agregação de valor em nossos produtos e assim, poderemos melhor precificá-los e exportá-los!