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Engenharia de Software é regulamentada junto ao CREA

Blog da Engenharia - 05 de outubro de 2018 3371 Visualizações
Engenharia de Software é regulamentada junto ao CREA
Ter a carteira do CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) é motivo de orgulho para muitos engenheiros. É por isso que muitos Engenheiros de Software comemoraram quando a sua profissão foi regulamentada pelo CREA neste ano. Porém, a alegria de alguns deixou muitos profissionais da área de TI descontentes. Neste texto, vamos mostrar um pouco sobre a regulamentação da Engenharia de Software e mostrar os motivos que deixaram o assunto tão polêmico.
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Imagem: commons.wikimedia.org
O que é a Engenharia de Software
Nós já falamos aqui no Blog da Engenharia sobre o curso de Engenharia de Software e sobre a atuação do profissional. Em resumo, a Engenharia de Software está relacionada ao desenvolvimento e aprimoramento de programas de computador. Embora um programador não precise ter formação em Engenharia de Software, grande parte dos Engenheiros de Software são programadores.
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Imagem: willowtreeapps.com
 
Regulamentação da Engenharia de Software
A profissão de Engenheiro de Software foi inserida na Tabela de Títulos Profissionais do Sistema CONFEA/CREA para a fiscalização do exercício profissional. O fato ocorreu em maio deste ano, por meio da Resolução nº 1.100. Isso significa que agora a profissão é vinculada ao CREA.
As profissões de TI são novas no mercado e há vários profissionais que não possuem raízes na área, mas que exercem profissões relacionadas. Isso acontece devido à multidisciplinaridade em que a tecnologia está inserida. É complicado exigir que um profissional de TI saia da faculdade com uma formação ampla. Por isso, é mais comum ver profissionais de áreas específicas e que possuem uma queda pela área de tecnologia que acabam desenvolvendo suas habilidades. Atualmente, muitos profissionais de TI que são destaque na profissão não são formados na área.
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Imagem: building.niche.com
 
Regulamentar uma profissão exige que os profissionais tenham uma formação para exercê-la. Assim, a regulamentação de qualquer profissão de TI precisa englobar a multidisciplinaridade. Um questionamento pertinente diz respeito ao fato de que só a Engenharia de Software foi regulamentada e as outras profissões de TI não foram.
Prós e contras
Por um lado, a regulamentação é ruim para quem não tem formação na área, mas atua na profissão. Por outro, é uma vantagem para quem é formado em Engenharia de Software, pois restringe os serviços da profissão a quem tem diploma. Ou seja, a concorrência deixa de ser tão ampla e o Engenheiro de Software passa a ser mais requisitado. Porém, isso pode ser um problema e um grande atraso no setor de tecnologia brasileiro se não houver profissionais suficientes para satisfazer a demanda do mercado.
Enquanto a Sociedade Brasileira de Computação é contra a regulamentação, o CREA afirma que, por ser uma engenharia, deve ser regida pelo Conselho. Outro questionamento da regulamentação é que ela enquadra os Engenheiros de Software na modalidade de eletricista. A Engenharia de Software não é exatamente ligada à Elétrica. Ainda, a resolução é muito incipiente e não detalha nada sobre fiscalização. Na verdade, ela não detalha quase nada.
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Imagem: jobs4germany.com
 
Em outros países a situação também é um pouco confusa. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) tem uma iniciativa para o licenciamento dos Engenheiros de Software. Porém, mesmo assim, eles ainda não abordam claramente o licenciamento. A ideia é exigir que o profissional passe por um exame de conhecimentos básicos (parecido com a prova da OAB para advogados) e tenha experiência entre 4 e 6 anos como Engenheiro de Software (parecido com a residência que os médicos fazem).
Expectativa
Enfim, espera-se que haja uma solução rápida que seja capaz de satisfazer, ao menos parcialmente, tanto quem é a favor quanto quem é contra a regulamentação da Engenharia de Software. Ou, pelo menos, espera-se que a resolução possa trazer mais detalhes, de modo que mostre que ela é, realmente, benéfica para os profissionais e não apenas represente uma carteirinha do CREA (e uma taxa para manter o registro ativo).