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E-Tijolo, o tijolo sustentável feito de bitucas de cigarros

EdifícioseEnergia - David Alfito - 27 de março de 2019 1718 Visualizações
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Uma parceria entre o ISQ (Instituto da Soldadura e Qualidade), a câmara municipal de Guimarães, através do seu Laboratório da Paisagem, e o Centro de Valorização de Resíduos vai desenvolver um projeto que tem como objetivo utilizar as pontas de cigarros, vulgo bitucas, para a fabricação de elementos construtivos, como tijolos.
 
O denominado E-Tijolo, que surgiu como uma das propostas vencedoras do concurso MAIS Tec, realizado pelo ISQ, irá desenvolver-se ao longo de três etapas: criação dos protótipos do produto, testes para a caracterização do produto e, finalmente, apresentação do produto a diversas empresas de comercialização de elementos cerâmicos. Ao mesmo tempo, a edilidade de Guimarães irá avaliar a possibilidade de incorporar este produto nos imóveis que, atualmente, se encontram em fase de remodelação e restauração.
 
As vantagens da incorporação deste resíduo, que, em Portugal, acaba por ir parar a aterros ou a praias, parques, etc., são várias, a começar pela leveza do produto, passando também pelas melhores propriedades em termos térmicos e acústicos. Para além disso, em termos produtivos, este será também um elemento amigo do ambiente já que, na sua produção, o consumo de energia é reduzido em 60 %. De acordo com vários estudos, a incorporação deste resíduo na fabricação dos tijolos é bastante benéfica e, fruto do incremento do isolamento, acaba por reduzir a fatura energética com aquecimento e arrefecimento das habitações.

Esta parceria abre, assim, um caminho para solucionar o flagelo das pontas de cigarros, que, em Guimarães, já tem um destino mais sustentável, através do projecto EcoPontas. A iniciativa, segundo informação publicada no seu portal, “pretendeu criar soluções inovadoras que visem a redução da acumulação de resíduos de pontas de cigarro e pastilhas elásticas no espaço público, concebendo estruturas com um design suficientemente apelativo que contribuam para alterações comportamentais”.

 “O ISQ demonstrou, uma vez mais, a sua capacidade de entidade interface, ao estabelecer parcerias estratégicas entre os municípios e os centros de I&D, potenciando soluções de construção sustentável bem como um município mais verde. Desta forma, pudemos também contribuir para as diversas fases do projeto, desde o protótipo até à sua implementação num edifício caso estudo”, afirmou Muriel Iten, responsável de unidade I&Di – Baixo Carbono & Eficiência Energética do ISQ.