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Westinghouse quer construir novo modelo de usina nuclear no Brasil

Jornal da Energia - 08 de maio de 2014 1304 Visualizações
 Westinghouse quer construir novo modelo de usina nuclear no Brasil
A Westinghouse, do grupo Toshiba, vem trabalhando conjuntamente com a Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan) para incentivar o avanço do projeto de geração nuclear no Brasil e planeja trazer um novo modelo de usina para o país, caso seja escolhida para a construção de novas unidades previstas no planejamento energético nacional.
Desenvolvido com um novo conceito de segurança, baseado nas leis fundamentais da física, o reator AP1000 já vem sendo montado em várias cidades pelo mundo, sendo quatro unidades nos EUA e quatro na China, onde a empresa já assinou contrato para fazer mais oito. Além das inovações conceituais do novo projeto, este é o primeiro reator nuclear do mundo a ser montado em módulos.
De acordo com o vice-presidente da Westinghouse para a América Latina, Carlos Leipner, o AP1000 pode ser uma escolha interessante para o Brasil por diversos fatores, que vão desde segurança e avanço tecnológico até simplificação da construção e da operação.
“Ao invés de trabalhar somente com o conceito de redundância de sistemas, o AP1000 atinge o maior nível de segurança por simplificação. Ele demanda menos válvulas, menos bombas de refrigeração, etc, mas leva em consideração as leis básicas da física, usando conceitos simples, como a gravidade, a circulação natural, condensação, evaporação etc. Assim, atingimos o maior nível de segurança e simplificamos a estrutura, gerando ganhos na construção, na operação e nos custos”, explica.
O reator é classificado como de geração III+, que vem a ser enquadrado na nova linha de reatores desenvolvidos recentemente no mundo e, somado a isso, vem com essas inovações exclusivas da Westinghouse. A construção em módulos é outro fator importante, porque pode não só facilitar a construção, como também aumentar a qualidade, já que eles são feitos em fábricas dedicadas a esses tipos de equipamentos. Toda a inspeção é feita dedicada, fora do campo de obra, e depois o módulo é transportado para o sítio, onde é montado.
“A experiência na China tem sido fantástica. O primeiro vai ficar pronto em cinco anos e meio ou seis anos. Os outros já estão mais rápidos. Então a expectativa é chegar a bem menos do que cinco anos”, afirma Leipner.
O executivo destaca ainda o potencial de ganhos que a construção de reatores AP1000 no Brasil poderia trazer ao país, com investimentos na cadeia de fornecedores, em qualificação e nas regiões em que forem instaladas as usinas.
“Temos a filosofia de fazer localmente o máximo possível, então pelo menos 50% seria feito no Brasil. Além disso, muitos empregos podem ser gerados. Nos Estados Unidos, por exemplo, cada projeto cria entre 3,5 mil e 5 mil empregos diretos na construção, e cerca de 800 na operação. Se for contar os empregos indiretos, esse número dá um grande salto”, diz.
Novo combustível para Angra I
Além dos planos de construir novas usinas no Brasil, a Westinghouse continua mantendo fortes parcerias com a indústria nuclear do país, principalmente com as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), com quem desenvolveu um novo combustível para a usina Angra I.
Denominado 16 NGF (New Generation Fuel – Combustível da Nova Geração), o novo desenho foi feito para permitir à Eletronuclear uma maior flexibilidade na operação da usina, incluindo a redução ou o aumento da potência, a faixa de temperatura com que podem operar, o fluxo da água utilizado, entre outros fatores.
“A usina já tem tido resultados muito bons nos últimos três, quatro anos. Em 2012, foi um dos recordes de produção no mundo, então ela está muito bem posicionada. O 16 NGF aumenta a possibilidade de melhorar ainda mais isso”, destaca Leipner.
Atualmente, Angra I já opera com quatro elementos do novo combustível e, no ano que vem, com a parada para reposição de parte do núcleo do reator, um número mais significativo de elementos do 16 NGF deverá entrar em operação.