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Depois dos tetos verdes, a vez dos paredões verdes

Informativo Massa Cinzenta – Cimento Itambé - 09 de outubro de 2015 1728 Visualizações
Depois dos tetos verdes, a vez dos paredões verdes
O teto verde não é a única intervenção construtiva sustentável que está transformando as metrópoles brasileiras. Estimuladas por incentivos fiscais dados pelas prefeituras, como descontos no IPTU, as fachadas verdes também passaram a ser incorporadas à cena urbana.
Neste caso, os jardins verticais são planejados para ocupar as empenas cegas de edifícios, que são as paredes sem janelas, normalmente encontradas em prédios antigos. Esses projetos paisagísticos transformam as edificações em gigantescos “aparelhos de ar-condicionado” ao ar livre. Também minimizam os efeitos da poluição sonora, pois as plantas funcionam como um colchão que impede a reverberação do som.
O impacto ambiental positivo que as paredes verdes causam levou ao surgimento do Movimento 90°, liderado por moradores de prédios que ocupam o entorno do viaduto mais polêmico da cidade de São Paulo: o Elevado Costa e Silva, popularmente conhecido como Minhocão.
A intenção deles é que a prefeitura da capital paulista estimule intervenções paisagísticas nas 140 empenas cegas presentes nos edifícios ao longo do viaduto, a fim de reduzir, principalmente, a poluição sonora. Para o arquiteto Guilherme Wisnick, as cidades precisam pensar em alternativas para enfrentar o que ele denomina de “rodoviarismo”, que foi o que predominou nas metrópoles brasileiras nos anos 1960, 1970, 1980 e 1990, e que privilegiou os veículos automotores.
 
Técnicas de instalação
Para o especialista, os paredões verdes podem ser o começo de um novo modelo de cidade. ”O rodoviarismo sacrificou os espaços públicos e as áreas verdes. Então, os paredões verdes cobrindo as empenas cegas dos edifícios que cercam o Minhocão são de um simbolismo forte para a cidade”, diz. Para estimular o projeto paisagístico, o Movimento 90° desenvolveu uma técnica para instalar a vegetação nas paredes.
Ela utiliza vasos de feltros, sistema de irrigação que capta água da chuva e uma chapa impermeável feita de materiais recicláveis, que funciona como isolante para que a parede não receba a umidade gerada pelas plantas. O procedimento acaba contribuindo também para que o prédio se adapte à Norma de Desempenho.
Dois dos principais requisitos da ABNT NBR 15575 estão ligados ao desempenho térmico e ao desempenho acústico da edificação, o que os paredões verdes ajudam a cumprir. Nos edifícios que já possuem fachadas sustentáveis, a temperatura interna nos apartamentos e nas salas comerciais cai, em média 8 °C. Já os ruídos ficam em torno de 25 decibéis menores.
Esses valores podem variar se o isolamento das empenas cegas utilizar materiais com melhor desempenho termoacústico. O tipo de vegetação também influencia no desempenho dos jardins verticais. Isso, se o edifício a sofrer a intervenção não tiver patologias. Neste caso, o recomendável é promover um retrofit no prédio para depois instalar o jardim vertical.
Em boa parte das 140 empenas cegas que envolvem o Minhocão há patologias como eflorescências, causadas por infiltrações, fissuras e trincas. Os engenheiros civis e arquitetos envolvidos com o Movimento 90° atuam na recuperação destes paredões antes de transformá-los em jardins verticais.
Informativo Massa Cinzenta – Cimento Itambé 
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330