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Geografia

Capítulos 9

Capítulo IX

Organização territorial

9.1. Tecnologicamente avançada e geograficamente abençoada

Tecnologicamente avançada e geograficamente abençoada 

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Vale, morros, montanhas. A cidade São José dos Campos tem uma localização privilegiada. Tanto política como econômica e geograficamente. Fica no Vale do Paraíba, uma das regiões mais importantes brasileiras, que liga as duas maiores metrópoles do País – São Paulo e Rio de Janeiro. Está à beira da Via Dutra, que figura entre as principais rodovias nacionais. E também está próxima de portos e aeroportos. A tabela ao lado mostra a distância da cidade para as importantes metrópoles brasileiras.
Além disso, conta com um clima muito agradável e com muitas belezas naturais e reservas de biomas nativos, com fauna e flora devidamente preservadas.
São José dos Campos dispõe de um aeroporto de classe internacional para cargas e tem habilitação para receber aeronave de grande porte, além de oferecer voos domésticos para os grandes centros. Também está ligada a estes centros às regiões siderúrgicas por meio de ferrovias. Além disso, conta com um clima muito agradável e com muitas belezas naturais e reservas de biomas nativos, com fauna e flora devidamente preservadas.
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O relevo 
Fonte: SJC em dados – 2012 
São José dos Campos está localizada no interior do Estado de São Paulo, entre as cidades de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Geograficamente falando, a área do município situa-se no chamado Planalto Atlântico (nome dado a relevos com terras altas) e possui subdivisões de zonas, as quais são determinadas por feições morfológicas distintas. Entre tais feições, destacam-se o Médio Vale do Paraíba, Planalto de Paraitinga e a Serra da Mantiqueira. Ao norte, a divisão entre o Planalto Atlântico e o Planalto Sul Mineiro fica por conta da Serra da Mantiqueira. Já do lado sul da cidade, a zona do Médio Vale do Paraíba, conta com uma faixa alongada de direção nordeste-sudoeste, com largura variando de 10 a 20 quilômetros para fazer a divisa com o Planalto de Paraitinga. 
As subdivisões permitem que as passagens de relevo sejam feitas de forma gradativa, passando de amplitudes maiores a menores, das formas de escarpas até os domínios de morros e colinas ou espigões isolados. No geral, colinas em forma de tabuleiro predominam a região. Além disso, São José dos Campos possui um domínio central do substrato sedimentar, incluindo a planície do Rio Paraíba do Sul. Para visualizar melhor essa composição geográfica, veja abaixo imagem da vista parcial de São José dos Campos: 
Após observar a imagem entende-se que o relevo nas proximidades da malha urbana é predominantemente ondulado. Ao norte, as colinas do município são mais acentuadas, com altura variando entre 660 e 975 metros. Essa formatação de território cria o que é conhecido como “mares de morros”. Trata-se de uma característica das serras do Planalto Atlântico, cujas altitudes podem atingir cerca de 800 metros de altura, assim como as regiões alpinas, ele é composto por morros, serras e picos que chegam a ter mais de dois mil metros – altura do Pico do Selado, no distrito de São Francisco Xavier, em São José dos Campos. Já a altitude mínima encontrada no município (500 metros) localiza-se na planície aluvial do Rio Paraíba do Sul. 
 
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As serras
Com um relevo favorável a esse tipo de formação, o norte de São José dos Campos é repleto de serras, paisagem típica do vale do Paraíba. 
 
Serra do Queixo D`Anta
Fonte: SJC em dados – 2012 
Conhecido na região como Serra do queiro da Anta ou Focinho da Anta, o pico tem sua rocha maciça como destaque na paisagem da Serra da Mantiqueira. Situado na fronteira com Sapucaí Mirim (MG), possui 1.740 metros de altitude e, como resultado, fornece uma vista panorâmica para as cidades do Vale do Paraíba.
 
Pico do Selado
É o ponto mais alto do município, com 2.082 metros de altitude. Localizado nos limites com Camanducaia (MG) e Joanópolis, é ideal para a prática de alpinismo.
Durante o inverno, a temperatura fica entre 5 e 12 graus negativos, com eventuais quedas de neve. Além disso, o Pico do Selado possui vista panorâmica de Monte Verde (MG), da área urbana de São José dos Campos e de outras cidades do Vale do Paraíba. 
 
Pedra Redonda
Excelente para o alpinismo sem equipamentos. A Pedra Redonda fica a 1.925 metros de altitude no limite com Camanducaia (MG) e Serra Selado, na divisa com os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.   
 
Pedra Partida
Um pouco mais extensa que a Pedra Redonda, a Pedra Partida destaca-se pela vista espetacular que proporciona. Nos dias de céu aberto, por exemplo, é possível enxergar a Pedra do baú, em Campos do Jordão (SP). Sua altitude é de aproximadamente dois mil metros. 
 
Pedra Chapéu do Bispo
Com altura semelhante a da Pedra Partida, a Pedra Chapéu do Bispo é um excelente local para praticar esportes sem equipamentos, como alpinismo. Outro diferencial está na paisagem que a altura da pedra proporciona à quem a visita: consegue-se ver várias cidades do Vale do Paraíba. No inverno, a temperatura pode chegar até 12 graus negativos. 
 
Pedra Pouso do Rochedo
Com 1.300 metros de altitude, fica na Serra de Santa Bárbara. A paisagem da Pedra do Rochedo é surpreendentemente agradável. Ela conta com quedas de cachoeiras por grande parte de seu percurso, além de piscinas naturais que foram se formando com o desgaste natural do terreno.  
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A geologia
Fonte: SJC em dados – 2012 
Observando o tipo de relevo e de paisagem existentes em São José dos Campos, já possível entender a grande diversidade de rochas existente no município. 
As rochas predominantes são oriundas de um embasamento cristalino, atribuídas aos grupos Paraíba e Açungui, nas partes norte e extremo sul da cidade. Também encontram-se de sedimentos terciários do grupo Taubaté – isso no centro-sul do território, mais precisamente na zona do Médio Vale do Paraíba. Já os sedimentos aluvionares são frequentemente encontrados nas margens dos rios Paraíba do Sul e Buquira. Tratam-se de resíduos acumulados mais recentemente.  
 
O Rio Paraíba do Sul e hidrografia
O Rio Paraíba do Sul atravessa a região socioeconômica do Vale do Paraíba. Desse modo, é um importante recurso natural para as regiões de três estados: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. 
Levando em consideração sua nascente mais afastada da foz, o rio nasce na Serra da Bocaína (SP), com o nome de Rio Paraitinga – só recebe o nome de rio Paraíba do Sul ao se encontrar com o rio Paraibuna, na Represa de Paraibuna. Ao todo, o percurso que suas águas fazem, desde a nascente até o Oceano Atlântico – na foz de Atafona, em São João da Barra, no norte fluminense – tem um total de 1.150 km de extensão. 
Seu percurso é dado da seguinte forma: da barragem do município de Paraibuna, segue para oeste. Ao chegar em Guararema, muda de direção, flui para o norte e, de Jacareí, segue para a divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro. Na sequência, atravessa o Estado do Rio de Janeiro, onde desagua no Oceano Atlântico.
Seus principais afluentes são o rio Jaguari, Buquira, Paraibuna, Piabanha,Pomba e o rio Muriaé, sendo que os dois últimos são os maiores – respectivamente a 140 e 50 km da foz. Já no que se refere aos subafluentes merece destaque o rio Carangola, uma vez que passa por duas unidades da federação – Estado de Minas Gerais e o Estado do Rio de Janeiro. 
Ao todo a bacia do Paraíba compreende uma área de 57 mil km². Em São Paulo são mais de 13 mil km², no Rio de Janeiro são 22.600 km2 e, em Minas Gerais, 20.500 km2. Vale ressaltar que a área de abrangência dessas águas equivale a 184 munícipios: no estado de São Paulo, 57 no Rio de Janeiro e 88 em Minas Gerais. 
A população atendida pela bacia é de cerca de 5,5 milhões de habitantes, sendo: 2,4 milhões de pessoas no Rio de Janeiro, 1,3 milhão no estado de Minas Gerais e 1,8 milhão em São Paulo (AGEVAP, 2009, p. 20).
Veja na página ao lado a formação completa da bacia do Rio Paraíba do Sul. 

Fonte: MINISTÉRIO DO INTERIOR (1981). Classificação dos cursos d’água da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Portaria GM n. 86, de 04 de junho de 1981.
 
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A navegabilidade
A navegabilidade no Rio Paraíba do Sul é, por muitas vezes, prejudicada por acontecimentos de origem natural como saltos, corredeiras, trechos com forte declividade, bem como obras efetuadas para fins hidrelétricos. Outro fator que influencia nesse sentido é a proximidade de rodovias e ferrovias que margeiam o rio, além das diversas cidades localizadas ao longo do rio. 
Atualmente, somente dois trechos do Paraíba do Sul podem ser navegados: o trecho inferior e o médio superior. O primeiro fica entre a foz e São Fidélis, numa extensão de aproximadamente 90 km e possui declividade de 22 cm/km. Nessa área, a navegação é incipiente, feita apenas por pequenas embarcações que transportam, essencialmente, material de construção para o município de Campos dos Goytacazes. 
Já no trecho médio superior, que fica entre Cachoeira Paulista e Guararema, com extensão de 280 km e com declividade pequena de 19 cm/km, a navegação é limitada. Restringe-se apenas a embarcações de turismo da região. 
 
O Paraíba do Sul e a Indústria 
A bacia do rio Paraíba do Sul tem o setores industrial e agropecuário como principais atividades econômicas. Trata-se de uma das regiões mais industrializadas do Brasil, contando com 8.500 indústrias instaladas, que respondem por 12% do Produto Interno Bruto do país. 
O médio vale do Paraíba foi a primeira grande região produtora de café no Brasil, com a economia baseada em latifúndios e no trabalho escravo. Com a perda da primazia na produção cafeeira para o oeste paulista, seguiu-se uma estagnação econômica, a partir da fundação da Companhia Siderúrgica Nacional, através de um processo de industrialização. Tal processo fez do Vale uma das maiores regiões industriais do país.
A industrialização se concentrou na parte alta do vale, uma vez que essa é a região mais relacionada à linha principal da Estrada de Ferro Central do Brasil e liga o Rio de Janeiro a São Paulo. 
 
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Hidrelétrica
Fonte: CESP – Companhia Energética de São Paulo – 2011
O próprio rio tem seu curso marcado por sucessivas represas, destinadas à provisão de água e eletricidade para as populações da bacia e também da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A existência de hidrelétricas ao longo do percurso do rio também pode ser vista como industrialização. Um exemplo é a Unisa Hidrelétrica de Jaguari, localizada entre os municípios de Jacareí e São José dos Campos. 
A potência instalada da usina é de 27,6 MW e é distribuídas para duas unidades geradoras com turbinas Francis. Para tanto, ela conta com um reservatório de 56 km², cuja principal finalidade é permitir o controle de vazão do Rio Parnaíba – o qual fornece água para várias cidades do Vale do Paraíba, tanto no Estado de São Paulo, como no Rio de Janeiro.
 
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A natureza em volta do rio 
A região em torno do rio costumava ser formada por parte da Mata Atlântica. Hoje, trata-se de um território completamente antrópico, a mata original só existe em espaços restritos de parques e reservas florestais. 
Em razão disso, o rio encontra-se hoje em estado ecológico crítico, com margens assoreadas e 40% da sua vazão desviada para o Rio Guandu. Suas águas também são utilizadas para abastecimento industrial, preservação da flora e fauna e disposição final de esgotos, o que acaba prejudicando o seu desenvolvimento. 
No que se refere ao esgoto, atualmente o rio recebe dejetos da maioria das cidades pelas quais passa. Um estudo recente desenvolvido pela Universidade de Taubaté (UNITAU) revelou que o Paraíba do Sul possui alto nível de poluentes, que apresentam riscos de danos genéticos e de câncer em organismos aquáticos e humanos. A pesquisa abrangeu a coleta e a análise de amostras de água, no período de três anos, nos municípios de Tremembé e Aparecida, que são as áreas mais poluídas do trecho paulista. 
Os resultados apontaram para a presença de substâncias que são tóxicas às células, como metais pesados (principalmente alumínio e ferro), inseticidas e herbicidas, substâncias danosas ao ecossistema. Seu efeito principal é a perda de diversidade biológica no rio. No homem, por meio da Magnificação trófica, pode causar patologias, chegando a casos de câncer.
Dentre os agentes poluidores, como os resíduos industriais, extrativistas, da pecuária e da agricultura, existe os danos causados pela extração mineral de areia, que altera o curso do rio, derruba suas matas ciliares além de causar maior assoreamento, contribuindo assim para uma menor navegabilidade, para uma menor vazão de água (o problema das enchentes), o que dificulta a recuperação do rio em todo o seu curso, contudo, estudos apontam como sendo o problema mais preocupante o esgoto urbano. 
Caçapava (SP) é uma das cidades na qual a extração de areia para a construção civil ainda é permitida.
 
Unidades de conservação 
Em função dos danos causados à natureza que existe em torno do Rio do Vale do Paraíba e das Cidades que por ali se encontram, ao longo do tempo foram criando-se unidades de conservação da natureza.
 
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Parque e banhado
O parque 
O Parque Municipal Roberto Burle Marx, conhecido como Parque da Cidade, tem área de 960 mil metros quadrados, a qual conta com dois lagos, ilha artificial, e uma ampla área verde ideal para trilhas e caminhadas. Outro diferencial é que alguns animais nativos da região como capivaras e garças podem ser vistos no loca. 
 
O Banhado
O Banhado tem uma área de proteção ambiental de 4,32 milhões de metros quadrados em frente ao centro da cidade, as residências ali localizadas estão desabitadas e a atividade agrícola vem diminuindo. 
Reserva ecológica Augusto Ruschi
A Reserva Ecológica Augusto Ruschi possui mais de dois milhões e meio de metros quadrados e está localizada fora do perímetro urbano. Trata-se de uma Área de Proteção Ambiental de espécies nativas, rica em nascentes e córregos. Está inserido em área de proteção ambiental da bacia hidrográfica do Rio Paraíba e constitui um importante remanescente de mata atlântica. 
 
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Clima, temperatura e precipitação 
O clima de São José dos Campos é tropical de altitude (tipo Cwa segundo Köppen), com diminuição de chuvas no inverno e temperatura média anual de 21,3°C, tendo invernos secos e amenos (raramente frios de forma demasiada) e verões chuvosos com temperaturas moderadamente altas. 
O mês mais quente, fevereiro, conta com temperatura média de 24,3°C, sendo a média máxima de 29,9°C e a mínima de 18,8°C e o mês mais frio – julho - com média de 17,5°C, sendo 24,5°C e 10,4°C a média máxima e mínima, respectivamente. 
Outono e primavera são estações de transição.
A precipitação média anual é de 1304,9 mm, sendo julho o mês mais seco, quando ocorrem apenas 32,4 mm. Em janeiro, o mês mais chuvoso, a média fica em 216,3 mm.
Nos últimos anos, entretanto, os dias quentes e secos durante o inverno têm sido cada vez mais frequentes, não raro ultrapassando a marca dos 30°C, especialmente entre julho e setembro. 
A menor temperatura registrada no município foi de -1ºC, ocorrida no dia 19 de julho de 1975, enquanto que a máxima foi de 36°C, nos dias 9 de setembro e 10 de novembro de 1997. 
 
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