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Falta de mão de obra influencia na mecanização

Falta de mão de obra influencia na mecanização
 
A falta de mão de obra no segmento da construção civil, principalmente a qualificada, fez muitas empresas iniciarem o processo de mecanização de seus processos como forma de suprir essa demanda. Desde o ano passado, a Construtora Fontana passou a adquirir gruas, que substituem o trabalho dos assistentes de obra. Ao todo, foram comprados cinco equipamentos, com investimento de aproximadamente R$ 350 mil cada um. Duas já estão trabalhando nos canteiros de obra.
De acordo com o gerente de obras da construtora, Rodrigo Ugioni, este tipo de equipamento faz toda a movimentação da obra, com capacidade de transportar grandes quantidades de carga com mais rapidez e segurança. Somente um equipamento deste substitui dez trabalhadores. Entre os custos de uma obra, o trabalho do servente, por exemplo, está com valor superior aos insumos, compara Ugioni. O gerente explica que, com a utilização da grua, a produtividade superior no canteiro de obras é instantânea. No caso do Residencial Veronese, primeiro edifício da construtora que recebeu a grua no ano passado, um dos responsáveis pelo adiantamento das obras em cerca três meses tem sido o equipamento. 
O engenheiro coordenador do residencial, Jackson Araújo, explica que a carência de assistentes de obra se tornou tão elevada que os salários de serventes e pedreiros estavam quase se equiparando. Com a grande carência, esses profissionais estavam solicitando valores acima do padrão. Atualmente a demanda aumentou na região se comparada há anos anteriores, observa Araújo.
Mulheres com a mão na massa
A colocação do engenheiro também é confirmada pelo presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Sul Catarinense (Sinduscon), Jair Savi. A falta de mão de obra se estabilizou também porque tivemos uma estabilidade no setor, esclarece Savi. Ele ressalta ainda que o estímulo dado às mulheres para ingressarem na atividade também foi responsável pela oferta dos profissionais no mercado. Muitas mulheres trabalham por dois homens, são superiores até a profissionais experientes, principalmente nas áreas de acabamento e colocação de pisos e azulejos, considera Savi.
Um caminho considerado sem volta
Segundo Ugioni, a construção civil pode ser considerada um dos segmentos mais demorados para se inserir no processo de mecanização, mas agora este processo é irreversível. Mesmo que a mão de obra volte a ser abundante, não voltaremos atrás. Até problemas de saúde ocasionados pelo peso dos carregamentos foram sanados com o equipamento, destaca. Além das gruas, equipamentos de contrapiso, projeção de reboco e Bobcat também passaram a estar mais presentes no canteiro de obras. Equipamentos menores que o da grua tomam o lugar de cerca de cinco homens. O rendimento com o processo de mecanização é de aproximadamente 20%. 
A construção civil na região gera aproximadamente 5 mil empregos. 
Haitianos oferecem boa mão de obra 
Há três meses, o haitiano Mirabel Piche, de 35 anos, está em Criciúma trabalhando na construção civil. Com ensino médio e cursando faculdade de idiomas no seu país de origem, Piche resolveu vir para o Brasil depois do terremoto que devastou o país em 2010, ocasionando uma crise. Com a permissão para trabalharmos e estudarmos aqui, resolvi vir para cá. Estou gostando bastante, somos tratados com muito respeito, comenta. Ao todo, a Construtora Fontana possui 16 haitianos nos canteiros de obra. Outros segmentos na região, como o da metalurgia, já possuem muitos trabalhadores haitianos. No próximo dia 21 de agosto, a construtora inicia em parceria com o Sesi um curso de língua portuguesa para este público.