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Nova no mercado, construção modular pode diminuir tempo de obra em 50%

Assessoria - 22 de outubro de 2020 1267 Visualizações
Nova no mercado, construção modular pode diminuir tempo de obra em 50%

A 23ª edição do Encontro Nacional de Engenharia e Consultoria Estrutural (ENECE) aconteceu nesta semana. O evento, que foi transmitido online pela Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), levantou discussões sobre o uso do aço nas obras e sobre métodos construtivos mais inovadores. Entre os tópicos, esteve a construção modular.

Capaz de reduzir o tempo de uma obra em cerca de 50%, a novidade chama a atenção na medida em que também permite a redução de custos no canteiro. Isso porque as construções modulares são realizadas em fábricas e, só depois, são transportadas para o local da obra em si.

“É como se nós fatiássemos a obra em pequenos blocos ali dentro da fábrica e, depois, transportássemos esses blocos prontos. No canteiro, só precisamos ligar os módulos uns aos outros de acordo com o projeto”, explicou Ricardo Mateus, fundador da consultoria Brasil ao Cubo, especializada neste tipo de metodologia, e um dos palestrantes do evento online. Com a produção na fábrica, também chamada de off site, o desperdício de materiais é zero, já que se trata de um ambiente controlado.

Para exemplificar a efetividade da construção modular, o especialista apresentou dois casos de sucesso realizados em 2020, durante a pandemia de Covid-19. A Brasil ao Cubo, em parceria com a Gerdau, empresa siderúrgica, entregou dois centros hospitalares para tratamento da doença em um prazo de 30 dias cada um. “Construímos o Hospital Independência, em Porto Alegre (RS), em 28 dias e o M’boi Mirim, em São Paulo, em 33 dias. São empreendimentos que ficarão como legado para a população com o passar da pandemia”, comentou Ricardo Mateus.

Tendência para o mercado

Para Rosane Bevilaqua, do departamento de Construções Metálicas da Gerdau, a construção modular se mostra como alternativa e tendência em um setor que representa 13% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e que, no caso especifico do Brasil, encontra um déficit habitacional de 6 milhões de domicílios. Por conta desses números, estudos da Gerdau apresentados por Rosane mostram que a estimativa é que 30% do setor residencial migre para a construção modular nos próximos anos.

“É uma vantagem pela velocidade do retorno de investimento (ROI) para quem está aplicando dinheiro na obra, além de temos controle de qualidade maior e, consequentemente, redução dos custos do pós-obra, pois são menos chances de patologias no sistema construtivo. Não podemos deixar de dizer que também há a facilidade na montagem e aplicações em terrenos pequenos”, explica ela.

Para a profissional, a construção civil vive um momento em que precisa investir no uso de novas tecnologias para avançar e entre as tendências estão a comunicação digital, uso de sistemas BIM, os pré-fabricados, as molduras metálicas e projetos voltados para ambientes sustentáveis.