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Pré-fabricantes de concreto planejam investir mais em 2015 , aponta FGV

Agência IN - 06 de abril de 2015 2432 Visualizações
 Pré-fabricantes de concreto planejam investir mais em 2015 , aponta FGV
Pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), por encomenda da Abcic – Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto, revela que 44% das empresas do segmento de pré-fabricados de concreto investiram em 2014 mais do que em 2013, enquanto 32,6% disseram ter investido menos. A Sondagem de Expectativas da Indústria de Pré-fabricados de Concreto apurou ainda que 31,1% das empresas do segmento planejam investir mais em 2015 do que investiram no ano passado, enquanto 15,6% afirmaram que pretendem reduzir os investimentos. Os dados fazem parte do Anuário 2014 da Abcic, que foi lançado nesta quarta-feira (18), em São Paulo.
Do total aplicado no ano passado pelos pré-fabricadores de concreto, 78% das empresas responderam que destinaram os recursos para a compra de equipamentos para produção; 53,7% disseram ter ampliado suas áreas de produção; 41,5% aplicaram em infraestrutura de equipamentos em geral; 36,6% expandiram as áreas de estocagem e 34,1% investiram em galpões e obras civis. A pesquisa abria possibilidade de se escolher mais de uma opção.
Ainda na questão dos investimentos, o estudo da FGV revelou incertezas quanto à intenção dos empresários do setor. Entre os fatores apontados como limitantes do maior aporte de recursos, o principal é incerteza acerca da demanda, mencionada por 76% dos entrevistados. Na sequência, aparece, com 60% das menções, incertezas relacionadas à política econômica e limitações de recursos das empresas, lembradas por 52% dos entrevistados. Aparece ainda: carga tributária, com 48% de respostas, e custo do financiamento, apontado por 36% das empresas. Vale notar que a dificuldade com a escassez de mão de obra, que em 2013 foi mencionada por 61% das empresas ouvidas como um fator limitante para a realização de investimentos, recuou na pesquisa de 2014 para meros 20%.
A sondagem da FGV também levantou os segmentos da construção civil onde foram utilizadas as estruturas pré-fabricadas de concreto no ano passado e houve alterações no ranking na comparação com o anterior. A área de shopping centers, que em 2013 aparecia em segundo lugar, assumiu a liderança entre os segmentos onde mais se usou pré-fabricado. Na sequência, aparecem indústrias, que era líder em 2013, seguida da área de infraestrutura e obras especiais, conforme atesta a maior presença do segmento na viabilização de obras em aeroportos e também em estádios esportivos. O ranking de 2014 é completado ainda por centros de distribuição e logística, edifícios comerciais, obras para a área de varejo e, por último, o segmento habitacional.
Em relação ao uso de insumos, o estudo encomendado pela Abcic constatou que, em 2013, as empresas de pré-fabricados consumiram 419,6 mil toneladas de cimento e 115,2 mil toneladas de aço. Tais volumes representam um consumo por empresas de cerca de 10 mil toneladas e 2,8 mil toneladas, respectivamente de cimento e de aço. Na comparação com o ano anterior, o consumo médio de cimento caiu 3% e o de aço manteve-se relativamente estável. (Alta de 0,3%).
A produção total do segmento alcançou a marca de 1.063 milhão de m3 em estruturas pré-moldada, patamar semelhante ao do ano anterior. Já a capacidade instalada do segmento é da ordem de 1,6 milhão de m3. Outras constatações do estudo: 59,5% da produção em 2014 foi de concreto protendido e 40,5% de concreto armado; 58,1% dos pré-fabricadores utilizam concreto auto adensável em sua linha de produção.
Outro dado relevante destacado pelo estudo da FGV diz respeito ao fato de que cresce também o número de empresas que, além de produzir as estruturas de concreto, também produzem estruturas metálicas, representando 22,7% do total, confirmação de uma tendência de industrialização com estruturas mistas e híbridas, combinando vários sistemas construtivos. Foi apurado ainda que 25% delas executam as estruturas pré-moldadas também nos canteiros de obras, possibilitando o uso da tecnologia em locais mais distantes dos grandes centros produtivos ou por viabilidade econômica, reduzindo o custo tributário, mesclando o uso de peças menores, vindas da indústria, com maiores, produzidas em canteiro, o que também favorece a logística nos grandes centros, viabilizando, especialmente, grandes obras de infraestrutura viárias e de mobilidade urbana.
No que diz respeito ao nível de emprego gerado pelo segmento de pré-fabricado, a sondagem da FGV registrou, com base em dados de 2013, que a indústria empregava 12.066 pessoas, ou seja, 1,5% do contingente da indústria da construção civil como um todo e 9,2% do segmento de fabricação de artefatos de concreto. Na comparação com o ano anterior, houve uma queda de 9% no número de trabalhadores por empresa, que passou de 295 em 2012, para 268, em 2013. Na média, 33% das empresas possuíam até 100 empregados; 53% delas registravam entre 101 e 500 trabalhadores, e 14% contavam com mais de 500 funcionários.
Uma informação levantada pela pesquisa da FGV que chama a atenção é o fato de que 18,6% das indústrias do segmento já implantaram em suas fábricas, a ferramenta BIM – Building Information Modeling, percentual semelhante ao registrado na sondagem anterior, de 2013. Em relação às empresas que conhecem e que pretendem implantar o sistema nos próximos anos, o percentual é de 27,9%, um pouco abaixo dos 31,2% registrado no levantamento anterior. Somando quem já utiliza e quem planeja adotar o BIM nos próximos dois anos, o total já equivale a 46,5%. Tal percentual, ao lado do maior uso de concreto protendido em relação ao concreto armado e do concreto auto adensável, confirma maior consonância do segmento com preceitos de sustentabilidade e do intenso desenvolvimento tecnológico do setor.
O estudo da FGV revelou ainda dados sobre o perfil de produção das empresas do segmento. Mostrou, por exemplo, que aumentou significativamente o percentual de pré-fabricadores que processam anualmente um volume entre 30,1 mil m3 a 100 mil m3 de estruturas. Esse percentual era de apenas 6,4% em 2012 e saltou para 16,3%, em 2013. A pesquisa, que teve a coordenação da economista Ana Maria Castelo, foi realizada entre os meses de agosto a novembro de 2014 e ouviu 45 das 53 empresas associadas da Abcic. É a segunda edição da pesquisa realizada pela FGV, o que auxilia na configuração melhor das tendências do segmento.